Entrevista: Rúbia Gomes Morato – Unifal

Morato – UnifalLeia agora a décima quarta entrevista da série onde estamos conversando com profissionais da área de Geoprocessamento que atuam em diferentes regiões do Brasil e do mundo. Estão relatando um pouco sobre sua própria história no mercado, comentando sua visão sobre o cenário das Geotecnologias onde vivem, e algo mais. Nossa entrevistada da vez é professora e pesquisadora Rúbia Gomes Morato, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal).

Rúbia Gomes Morato Rúbia Gomes Morato é geógrafa (2000), mestre em Geografia Física (2004) e doutora em Geografia Humana (2008) pela Universidade de São Paulo. Em 2007 foi professora conferencista de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (em Ourinhos). Desde 2009 é professora de Cartografia e Geoprocessamento da Universidade Federal de Alfenas, no sul de Minas Gerais. Realiza pesquisas e leciona nas áreas de Cartografia, Sensoriamento Remoto e Sistema de Informação Geográfica (SIG) aplicados aos estudos ambientais e socioeconômicos. É autora de mais de 20 artigos em periódicos, cinco capítulos de livros e revisora de nove revistas científicas. É sócia da SELPER, da Aprogeo-SP e filiada ao CREA/SP.

1. Há quanto tempo você trabalha com Geotecnologias e como foi seu primeiro contato com esta área tão empolgante?

GeoprocessamentoUm dos motivos que me fez optar pelo curso de Geografia foi o interesse que sempre tive por mapas. Sempre achei impressionante o poder de comunicação e a eficiência dos mapas em explicar nosso mundo. Comecei a trabalhar com geotecnologias em 1999, quando era aluna na Universidade de São Paulo e tive a orientação do professor Ailton Luchiari no projeto de iniciação científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que foi meu primeiro contato com a área.

Nesse projeto trabalhei mapeando a fragilidade ambiental no litoral sul do Estado de São Paulo. Depois fiz o mestrado sobre qualidade de vida urbana em Embu das Artes/SP, com o professor Ailton Luchiari. O doutorado foi sobre a desigualdade ambiental em São Paulo, com orientação do professor Reinaldo Paul Pérez Machado. Trabalhei por seis anos no Laboratório de Aerofotogeografia e Sensoriamento Remoto (Lasere) da USP como especialista na área de Geoprocessamento. Em 2007 fui professora de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (em Ourinhos/SP) e desde 2009 sou professora do curso de Geografia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG).

2. Qual sua visão sobre o cenário atual das Geotecnologias no Brasil? Considera que há boas perspectivas para os profissionais da área?

O cenário atual das Geotecnologias está cada vez melhor, mas para ter boas perspectivas na carreira é necessário ter responsabilidade e boa qualificação. A qualificação deve ser sólida, com bons conhecimentos das bases da Cartografia, dos conceitos de Geoprocessamento, assim como os conhecimentos específicos da área de aplicação.

Como as geotecnologias estão em várias áreas, além do conhecimento geral, é importante ter o conhecimento específico da área que se deseja trabalhar.

3. Na sua opinião, o que é fundamental para que um profissional consiga um bom espaço no mercado de trabalho em Geoinformação?

Considero que é necessário ter comprometimento, responsabilidade para cumprir prazos, sensibilidade para enxergar a beleza dos mapas, curiosidade para entender as bases da cartografia e das geotecnologias, além de disposição para atualizações constantes.

É importante também saber conviver harmoniosamente com profissionais que possuem visões diferentes. Esse é um desafio quase que diário, pois é muito comum o trabalho em equipes multidisciplinares. O profissional ainda deve ter iniciativa e desenvolver a independência necessária para solucionar as próprias dúvidas que surgem ao longo do percurso.

4. Com quais softwares para Geoprocessamento você tem trabalhado em seus projetos, desde o início de sua carreira até hoje (comerciais e livres)?

Tenho trabalhado mais com softwares livres do que comerciais. Utilizo o Ilwis desde a iniciação científica. Já trabalhei um pouco com o Spring (para sensoriamento remoto e geoestatística), TerraView (para análise espacial), e GeoVisual (para geoestatística).

Entre os comerciais, já utilizei o Maptitude (para geocodificação e análise espacial de uma maneira geral) e recentemente tenho me interessado pelo ArcGIS. O R2v não é um SIG, mas utilizo para vetorização semiautomática. Já para Cartografia Temática utilizo principalmente o Philcarto (para vários tipos de mapas) e o ScapeToad (para anamorfose).

5. Atualmente você atua como professora de uma conceituada Universidade. Comente um pouco sobre como as Geotecnologias estão diretamente envolvidas com este trabalho.

Unifal

As geotecnologias estão muito presentes no meu trabalho, já que sou professora de Cartografia e Geoprocessamento. Tenho lecionado as disciplinas de Cartografia Básica e Cartografia Temática, que não envolvem o uso das geotecnologias diretamente, mas formam a base para as disciplinas futuras de Geoprocessamento, Cartografia Digital, Sensoriamento Remoto e Processamento Digital de Imagens.

A grade curricular do curso de Geografia da Unifal é rica em disciplinas de Geoprocessamento. Assim, os alunos que aprendem o que é esperado nessas disciplinas têm plenas condições de inserção no mercado de trabalho.

6. Você gostaria de fazer algum comentário adicional sobre o tema de nossa entrevista?

Agradeço o convite e parabenizo essa iniciativa, que valoriza as geotecnologias. Sou leitora do portal ClickGeo há alguns anos e admiro a constância e qualidade do seu trabalho.

______________________________________________

Queremos agradecer a amiga Rúbia Morato por nos conceder esta entrevista que certamente agregou grande valor ao conteúdo de nosso site, em especial nesta série de entrevistas.

O que vocês acharam desta postagem? Já conheciam o trabalho desenvolvido por esta relevante profissional da área de Geotecnologias? Deixem seus comentários.

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Anderson Medeiros

Anderson Medeiros

Graduado em Geoprocessamento pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). É o autor do site https://clickgeo.com.br que publica regularmente, desde 2008, artigos dicas e tutoriais sobre Geotecnologias, suas ferramentas e aplicações.
Em 2017 foi reconhecido como o Profissional do ano no setor de Geotecnologias. Atua na área de Geoprocessamento desde 2005.

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4 respostas

  1. Além de carismática, a Rubia é uma pessoa extremamente capaz e competente. Tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente num evento em São Paulo.

    São pessoas assim que contribuem para que o conhecimento em Geotecnologias possa se expandir a cada dia. Vale a pena tê-las como referência.

    Parabéns pela entrevista, Rubia!

  2. Boa tarde! A forma como se estruturam as diversas entrevistas do portal é de suma importância para quem esta iniciando na área de Geotecnologias, nos traz uma perspectiva de como esta o mercado de trabalho bem como o conhecimento sobre novas ferramentas. Parabéns…

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Sobre Anderson Medeiros

Ele já foi reconhecido como o Profissional do Ano no Brasil no setor de Geotecnologias. Graduado em Geoprocessamento, trabalha com Geotecnologias desde 2005. Já ministrou dezenas de cursos de Geoprocessamento com Softwares Livres em diversas cidades, além de outros treinamentos na modalidade EaD. Desde 2008 publica conteúdo sobre Geoinformação e suas tecnologias como QGIS, PostGIS, gvSIG, i3Geo, entre outras.

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