Você está estudando sobre Geotecnologias e pretende um dia, em breve, trabalhar com Geoprocessamento? Então esta matéria pode ser um dos passos iniciais para isso. O objetivo deste breve artigo é responder de forma simples duas dúvidas que são bem comuns para quem está começando a estudar os Sistemas de Informação Geográfica (SIG). O que diferencia dados geográficos dos convencionais? Como os dados geográficos são armazenados?
De posse destas respostas podemos começar a nos aprofundar neste aspecto tão vital em projetos de Geoinformação.
Este artigo é uma atualização de um Guest Post que publiquei em 2010 no site InfoEscola, sobre Dados Geográficos. Você pode ler todos meus artigos publicados naquele site clicando aqui.
1. O QUE DIFERENCIA DADOS GEOESPACIAIS DOS CONVENCIONAIS?
O que são dados geográficos? Esta pergunta é respondida ao entendermos que o que diferencia os chamados dados geográficos dos demais é sua componente espacial. Por isso eles também são chamados de dados espaciais.
Quando falamos em “componente espacial” queremos dizer que estes dados buscam ser representações da superfície terrestre e estão relacionados com seu posicionamento, ou localização no espaço geográfico, em outras palavras, podem ser posicionados em determinada região geográfica, tendo por base suas coordenadas. Assim, de acordo com essas informações, torna-se possível a análise do espaço geográfico.
Por exemplo, quando trabalhamos com dados geográficos as relações topológicas como pertinência, intersecção, adjacência, cruzamento e proximidade. Em determinado projeto podem surgir questões como: Que municípios estão inseridos no polígono do semiárido? Quais cidades são cortadas pela Rodovia BR 230?
2. COMO OS DADOS GEOGRÁFICOS SÃO ARMAZENADOS?
Aqui neste artigo estamos nos referindo especificamente aos dados geográficos com representação gráfica. Por isso é importante que fique bem claro que além das classes indicadas a seguir, há também os dados geográficos em formato tabular (alfanuméricos).
Conforme ilustra a figura acima, os dados geoespaciais são agrupados em duas grandes classes ou modelos de representação, a saber: vetorial e raster, este último também chamado de dados matriciais ou de varredura. Estas “classes de representação” se referem a forma na qual os dados espaciais são armazenados (vetores ou matrizes).
Dados espaciais armazenados no modelo vetorial tem a localização e os atributos gráficos de cada objeto representadas por pelo menos um par de coordenadas. Nesta classe as entidades podem ser apresentadas na forma de pontos ou linhas (arcos e demais elementos lineares) ou polígonos (áreas). Conforme a figura a seguir.
Pontos são utilizados para representar, por exemplo, a localização de crimes ou ocorrências de doenças. Linhas tem aplicação na representação de redes de esgoto, traçado de rios e semelhantes. Polígonos podem representar desde lotes de uma quadra até continentes. Com respeito aos polígonos é digno de nota observar que estes dividem o plano em duas regiões: o interior, que em geral inclui a fronteira do polígono fechado e o exterior.
Na classe matricial a representação é feita através de uma matriz composta de um certo número de colunas e linhas, onde cada célula tem um valor correspondente ao atributo analisado e pode ser localizada pelo cruzamento entre as linhas e colunas. A figura abaixo ilustra a representação raster em duas diferentes resoluções espaciais. Note que as células da imagem da esquerda são maiores que as da imagem da direita, o que significa que a segunda tem melhor resolução espacial.
QUAL O MELHOR: DADOS VETORIAIS OU MATRICIAIS?
A melhor resposta para esta pergunta é, com certeza, resumido em uma única palavra: Depende!
A opção pelo uso do modelo vetorial ou matricial dependerá de diversos fatores, pois ambos apresentam vantagens e desvantagens na sua utilização. Por exemplo, a classe raster representa melhor fenômenos com variação contínua no espaço. Já o armazenamento na forma de vetores (por coordenadas) é mais preciso.
Gostaria de obter mais informações sobre Dados Geográficos e suas aplicações? Recomendo que leia:
Aproveitando: Você sabe o que são e para que servem os arquivos de extensão PRJ que em geral acompanham um arquivo shapefile? Sabe o que é quais as aplicações da interoperabilidade em SIG? Não deixe de pesquisar aqui em nosso site para tirar suas dúvidas e aprender sobre estes temas em Geotecnologias.
6 respostas
Pq o uso de modelo matricial vem se destacando nos últimos anos?
Olá Anderson, estou num projeto acadêmico para criar um software de conversão de arquivos geográficos. Nunca tive contato com isso, e não estou conseguindo uma sequencia logica para estudar os conteúdos e como manipular esses dados geográficos. Tem algum material que poderia me ajudar a entender as extensões mais importantes (conheço o shapefile e o kml até agora) e como manipular elas?
Ótimo post, muito detalhado! Parabéns também pelo blog e por compartilhar o conhecimento.
Uma dúvida, como vocês gerenciam seus dados geográficos local?
Genivaldo, como vai?
Depende do projeto. Na maioria dos casos utilizamos bancos de dados geográficos em PostgreSQL/PostGIS.
Quando os dados estão em formato de arquivos individuais procuramos manter boa organização que segue uma ordem lógica. Algo como:
{Projeto [Pasta Dados (shapefiles(originais, alterados, etc) imagens (satélite, fotografias, etc), tabelas (dbf, csv, mdb, etc))]}
Em breve escreverei uma matéria detalhada sobre isso.
Abraço!
Sim sempre a desenvolver com progressão de tamanha qualidade extrema. UBUNTU é mais pra os que utilizam Linux… Eu conheço o Linux, mas aqui em Angola, pouco aparece este software, de maneira que a maioria so utiliza o Windows. Também o circulo comunitário do Quantum Gis está ainda muito fechado.
Muito obrigado por seu comentário. Esperamos que em breve este quadro mude, mas para isso todos têm de colaborar.
Abraço!